Rosângela Trajano

Nasce uma estrela sempre que se escreve uma poesia

Textos


estranha a mim sigo esquivada do nó da opressão

minha porta aberta recebe guardiãs perturbadas

querem roubar-me a noite

o que ficará de mim quando apagarem minha negritude

trago nos pés cansados três tulipas e um pincel

não! não apagarão meu eu

que desce às profundezas da lama de um mangue assustado

onde viver é parir-se continuamente

a outra estrela Dalva fugiu do céu com Iansã

tiro das águas a exatidão de anoitecer em terras ingratas

eu sou a melancolia de Ficino

beijo mais o diabo que Deus

toda hora tem um leão no meu caminho

sê mulher e negra antes do devir-morte

 

DO LIVRO A SER LANÇADO EM JULHO DE 2022 - SOL NEGRO

Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 02/07/2022
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